30.3.12

Espreguicei-me como de costume, levantei da cama e fui tomar banho. O dia, que até então parecia como qualquer outro, mostrou-se diferente. A saudade bateu, como nunca antes. Mas já faz tanto tempo, disse-me a razão. Procurando não pensar em nada, continuei. Tomei banho e fui tomar café da manhã. De repente a letra de "chega de saudade" (re)apareceu...

"Apertado assim, colado assim, calado assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio

De você viver sem mim
Não quero mais esse negócio
De você longe de mim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim"
(Chega de saudade - de Vinicius, claro!)

E ao final do verso "(...) vamos deixar esse negócio de você viver sem mim" eu já estava chorando. Um choro de saudade, um choro cheio de vontades, mas não triste. Saudade daquelas que de tanta vontade de te ter por perto chorou. Senti, e como, e de olhos fechados eu (re)vi o cartaz que dizia "não quero mais esse negócio de você viver sem mim" na porta do meu apartamento e, depois, ouvi a música.

O telefone tocou. Sabe, ainda tem pessoas que te ligam no número de casa, e ainda chegam correspondências suas no meu endereço.

Deixei-me conduzir pelas lembranças, sabendo que a vida continuou, eu sem você, e você sem mim.