14.1.13

No Arpoador

Enquanto contemplava a paisagem da pedra do Arpoador no Rio de Janeiro...

- Moça, você me empresta o seu celular?
Desconfiada, respondo ao menino, que aparentava ter entre os 6 e 7 anos:
- Você gostaria de ligar para quem?
Desesperadamente e suando, ele responde:
- Eu me perdi de meu pai.
- E qual é o número do celular dele? Você sabe?
- Sei, é 9..X.
- De onde vocês são?
- Somos de Brasília.
Pergunto para ele se sabia que o código de área de lá é 61. E ele, ainda muito desesperado, me diz sentado nas pedras que não.
- Qual é o seu nome e o do seu pai?
- Do meu pai é João Marcos e o meu é Leonardo, disse sorrindo.
- Alô, João Marcos?
- Você está com o meu filho? - Ele perguntou assustado.
- Sim, estamos no arpoador, perto de um poste verde, posto 9, esperamos você por aqui, pode ficar tranquilo (...)

Enquanto esperávamos o pai de Leonardo, perguntei como ele tinha se perdido. Ainda ofegante respondeu que estava apostando corrida como pai e que quando se deu conta perdeu o pai de vista, mas continuou a correr. Ao chegar no arpoador me viu.

(Enquanto contava não parava de procurar o pai com os olhos. Perguntei se queria ligar para o pai. Disse-me prontamente que não, que seu pai em breve o encontraria. A conversa continuou.)

Sabe, ele me disse, estamos aqui passeando, somos de Brasília.
O celular tocou, era seu pai.
- Você quer atender Leonardo? É o seu pai.
- Pai, sou eu, olha, estou aqui no arpoador, sabe onde fica?

Minutos depois seu pai apareceu, desesperado me agradeceu. Apertou firme a minha mão, e Leonardo foi embora seguro, pulando ao lado de seu pai.

Ao se encotrarem também encontraram a paz. E eu que buscava a paz sentada naquele banco, cercada de todas pessoas que ali passavam as férias, encontrei um pouquinho de paz. Sabia, João Marcos e Leonardo estavam juntos, como tinha que ser.

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