2.3.10

No ônibus...

Em meio a um mundo de desigualdades tao distintas, de sofrimentos visíveis e de tristezas camufladas, por vezes expostas; é evidente a necessidade por companhia de todos . Sem perceber que , vez por outra, estamos sozinhos. E isto não é ruim como comumente prega-se por essas ruas.

"Você vai comprar ingresso ou vai retirar?"
r: vou comprar mesmo...
"A senhora está na fila certa! "

(passado um tempo ela volta)

"Mas só tem lugar separado, esgotaram os lugares juntos"
r: Vou assistir ao espetáculo sozinha mesmo!
(Um sorriso no canto do rosto com ar de quem queria, mas sabia que não haveria mais perguntas)
" Um ótimo espetáculo para senhora!"
r: Obrigada!

(Quando a senhora que estava atrás se volta e fala...)
"Mas você está sozinha, parece tão novinha...."
(A funcionária do teatro pediu que eu caminhasse para outra fila que estava menor.)

A solidão incomoda as pessoas, sem saber que estar sozinho, não é estar na companhia da solidão.
Hoje descobri um dos sentimentos mais urgentes e necessários: gostar-de-si. É isso mesmo, gostar de você, como é bom caminhar tranquilo, de alma em paz.
Não importa se chove ou se o trânsito está complicado, se o homem cospe no chão do ônibus, não importa, já disse que não importa!

Porque hoje eu descobri que gosto de mim. Escolher um espetáculo, comprar um ingresso, colocar o sapato novo e a bolsa nova. Perguntariam, mas pra que se arrumar desse jeito?
Não falem que é para ninguém, não ouvirei. É claro que é para mim mesma.

Não existe nada mais importante do que eu mesma!

Bobagem? Talvez...

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