2.3.10

O senhor estava sentando no ônibus

O ônibus passa, eu dou com a mão e felizmente ele para. Às vezes isso não funciona muito bem...

Lá estava o homem sentado, cabelo chanel, de pernas abertas e mão na cabeça. Logo se via que estava tranquilo, afinal o dia já havia terminado e devia estar a caminho de casa.
Sentei na sua direção, na poltrona do outro lado do corredor e observei...

Passado um tempo, ele tira um espelho da sua bolsa. Desses que toda mulher carrega, ou melhor quase todas. Se olha , olha bem, dá uma ajeitada em seu cabelo. Nesta hora confesso que fiquei um pouco apreensiva, seu cabelo parava em qualquer posição que fosse colocado. Não, não era um cabelo sedoso, era um cabelo seboso!

Pronto, o cabelo estava arrumando e ele guardou o espelho de volta na bolsa.
Comecei a perceber movimentos estranhos em sua boca. Foi quando ele percebeu que eu estava olhando, então dei um sorrisinho e ele devolveu.
De repente, salta a dentadura de sua boca para a sua mão. Pensei: Que nojo! Se eu estava com fome na hora, passou. Ele esfrega bem as suas mãos nela, olha, esfrega de novo. Dentadura limpa, hora de colocá-la no lugar de onde ela veio. No lugar dela, na boca. Então ele lança a dentadura na sua boca. É claro que ela não caiu no lugar certo, mexe daqui, mexe de lá.

Pronto, agora sim, cabelos arrumados e penteados. Dentadura limpa e na boca.

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