
"Não espere nada em troca" - quantas vezes já ouvi essa frase. Lembro de ter ouvido até em aulas de história, uma versão diferente, mas com o mesmo significado. "Doe, sem olhar para quem".
Viver sob isso deve ser maravilhoso. Mas a espera está lá sempre, a mão que você oferece continua esticada esperando alguma coisa em troca.
"Aproveitando que eu estava no supermercado, lembrei que você precisava de um desodorante e comprei", "Sabia que você ia chegar tarde do trabalho, por isso fiz a janta, é só comer", ou ainda, "Olha, eu estou aqui embaixo do prédio que você trabalha, sabia que você ia enfrentar muito trânsito e resolvi te dar uma carona até em casa". Faça alguma coisa esperando algo em troca e estarás ferrado. Mais do que isso, estará fadado a sentir o incomodo de dar e não receber nada em troca.
Escrevo sobre isso porque passei por dias de angustia. Fiz e não recebi nada. Mesmo tendo crescido sob essa idéia de não esperar nada em troca. Porque na teoria está tudo pronto, li/ouvi, entendido. Mas e a prática? A prática é que são outras tantas.
Faz um certo tempo venho praticando a "não-cobrança-chata". Coloco dessa forma porque se cobramos somos chatos, e somos chatos porque o outro talvez nem saiba de onde venha esta cobrança. Eu mesma tenho uma lista de coisas que fiz nos últimos meses (sem contar lista de anos anteriores) e quando esperei ouvir - "tudo bem, você não chegou atrasada, você já trabalhou mais horas do que foi proposto. Você tem bônus" - não ouvi. Não ouvi e ouvi outra - "Vou chegar atrasada no trabalho, você está dez minutos atrasada". Lá nos meus pensamentos, eu pensava - "caramba, mas e as tantas horas a mais? E os sábados a mais? Não valeram de nada, é isso mesmo?". É isso mesmo minha cara. Para e pensa um pouco sua idiota. Além de ficar chateada com a situação, ainda me senti desrespeitada.
Ora, como exigir respeito das pessoas, quando você não faz valer as suas próprias vontades? Ou seja, quando você não se respeita? Foi então que eu me senti uma daquelas pessoas que se deixam pisar, que não tem culhão para sustentar aquilo que pensa.
Depois de muito pensar, eis que chego a conclusão que mesmo que você queira se doar, se você faz isso com muita frequência, o futuro é certo. Vai cair na chateação de se pegar em uma situação desequilibrada. Se o outro não enxerga o quanto você está fazendo, se ele não se doa também. Para tudo. Para porque o final não é um abraço e tapinha nas costas. A vontade e de sair gritando aos céus por que diabos as pessoas são abusadas, por que é que quando você da a mão elas querem o braço inteiro.
A solução que encontrei? Abusar da comunicação e expor que de sábado eu não posso trabalhar. Por quê? A resposta pode ser, porque eu preciso de tempo para fazer as minhas coisas. E se ainda assim houver insistência, use a comunicação para exigir retorno do outro. O retorno esperado. Também nada impede ceder, mas com muita cautela, com a cautela necessária para não se achar um monge. Porque a verdade é que esperamos algo em troca sim.
Viver sob isso deve ser maravilhoso. Mas a espera está lá sempre, a mão que você oferece continua esticada esperando alguma coisa em troca.
"Aproveitando que eu estava no supermercado, lembrei que você precisava de um desodorante e comprei", "Sabia que você ia chegar tarde do trabalho, por isso fiz a janta, é só comer", ou ainda, "Olha, eu estou aqui embaixo do prédio que você trabalha, sabia que você ia enfrentar muito trânsito e resolvi te dar uma carona até em casa". Faça alguma coisa esperando algo em troca e estarás ferrado. Mais do que isso, estará fadado a sentir o incomodo de dar e não receber nada em troca.
Escrevo sobre isso porque passei por dias de angustia. Fiz e não recebi nada. Mesmo tendo crescido sob essa idéia de não esperar nada em troca. Porque na teoria está tudo pronto, li/ouvi, entendido. Mas e a prática? A prática é que são outras tantas.
Faz um certo tempo venho praticando a "não-cobrança-chata". Coloco dessa forma porque se cobramos somos chatos, e somos chatos porque o outro talvez nem saiba de onde venha esta cobrança. Eu mesma tenho uma lista de coisas que fiz nos últimos meses (sem contar lista de anos anteriores) e quando esperei ouvir - "tudo bem, você não chegou atrasada, você já trabalhou mais horas do que foi proposto. Você tem bônus" - não ouvi. Não ouvi e ouvi outra - "Vou chegar atrasada no trabalho, você está dez minutos atrasada". Lá nos meus pensamentos, eu pensava - "caramba, mas e as tantas horas a mais? E os sábados a mais? Não valeram de nada, é isso mesmo?". É isso mesmo minha cara. Para e pensa um pouco sua idiota. Além de ficar chateada com a situação, ainda me senti desrespeitada.
Ora, como exigir respeito das pessoas, quando você não faz valer as suas próprias vontades? Ou seja, quando você não se respeita? Foi então que eu me senti uma daquelas pessoas que se deixam pisar, que não tem culhão para sustentar aquilo que pensa.
Depois de muito pensar, eis que chego a conclusão que mesmo que você queira se doar, se você faz isso com muita frequência, o futuro é certo. Vai cair na chateação de se pegar em uma situação desequilibrada. Se o outro não enxerga o quanto você está fazendo, se ele não se doa também. Para tudo. Para porque o final não é um abraço e tapinha nas costas. A vontade e de sair gritando aos céus por que diabos as pessoas são abusadas, por que é que quando você da a mão elas querem o braço inteiro.
A solução que encontrei? Abusar da comunicação e expor que de sábado eu não posso trabalhar. Por quê? A resposta pode ser, porque eu preciso de tempo para fazer as minhas coisas. E se ainda assim houver insistência, use a comunicação para exigir retorno do outro. O retorno esperado. Também nada impede ceder, mas com muita cautela, com a cautela necessária para não se achar um monge. Porque a verdade é que esperamos algo em troca sim.
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