15.7.11



Hoje foi um dia que eu percebi que eu ainda sinto. Mas sinto de outra maneira, menos dolorida, com menos desespero. Aquela cicatriz que está ali para me mostrar que foi vivido tudo, de todas as maneiras - como diria o grande Fernando Pessoa - mas que alerta, que só a cicatriz pode te dar. O alerta que me faz viver com precaução para evitar dor como a que foi vivida. Para evitar que eu caia na armadilha de achar que a vida pode ser vivida com intensidade e riscos desconhecidos (os perigos são demais), mas com cuidado para não pisar fora e cair.

Hoje eu vejo que consigo conversar sobre um assunto que um dia que eu achei que seria impossível para mim. Que me causava desespero quando pensava que alguém fosse me abordar falando do que eu tinha vivido ou com uma situação parecida. Eu queria era mesmo sair correndo, como fiz muitas vezes. E ao contrário do que pode parecer ou do que algumas pessoas achariam - não é covardia, não. Nessas horas que eu digo que é importante se conhecer para saber até onde é suportável, até onde vai doer e você vai suportar, até onde dá e onde não da mais. Foi o que eu fiz, me dei um tempo, fugi das pessoas, tentei fugir de mim mudando de país. Mas não consegui e aprendi que onde quer que eu vá levo a minha cabeça. Não, meu amigo, não da para fugir de pensamentos e de quem você é. You will hear your heart beating everywhere. Mas eu sobrevivi, cá estou, o processo de repressão funcionou. Como disse, ainda sinto, mas segui em frente. Cada dia uma batalha, como prometido para mim e para minha querida mãe vou seguir em frente e com a certeza de que: There's no other way - felicity is my way.






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