12.2.11

Eu afirmaria que estamos inclinados ao amor - Ai já era


Esse é o nome de uma música, encontrei procurando por músicas que possivelmente a minha melhor amiga escutaria. A música fala de amor, de quando encontramos uma pessoa que está na mesma sintonia.
"E aí já era, é hora de se entregar, o amor não espera, só deixa o tempo passar, e fica para o coração a missão de avisar. E o meu tá dando sinal, está querendo te amar. "

Mas não é disso que quero falar, quero falar sobre o encontro, o encontro que a música fala também é de amor, eu também falo de um encontro de amor. O encontro comigo mesma.

Eu te escolhi você me escolheu, eu sei.

Por longos dias eu não me escolhi, escolhi o outro. Mas o que me restou do outro foi a angústia, a dor de me sentir descartável. Foi quando, após uma conversa, voltei para casa correndo, andava de um lado para outro: e agora? Aquele dia eu que cumpri o ritual, sentei no sofá, abri a janela e senti o vento bater no meu rosto. A única coisa que eu queria naquele momento era uma resposta. Uma resposta para tudo aquilo que eu acabara de viver, para aquilo que eu sentia e não conseguia me desfazer. Deitada no sofá, com os olhos fechados, sozinha eu me escolhi. Foi então que eu senti vontade de me amar. Vontade de estar comigo por inteira, eu nunca estive comigo. A Lhaís sempre esteve em segundo plano. Mas sem dramatização, comecei a correr atrás de mim. Aonde eu tinha deixado Aquele sorriso? Aonde eu tinha deixado Aquela menina que estava pronta para vida? É preciso me encontrar...

Tomei algumas decisões naquele dia:

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia; e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, a margem de nós mesmos.” (Fernando Pessoa)

Precisava me desfazer das roupas usadas, que já tinham pegado a forma do meu corpo. Precisava mudar. Eu me escolhi, escolhi mudar de vida, já que aquela tinha me levado a um lugar de tristeza e sofrimento.

Ø Morar sozinha já não me fazia bem, foi quando abri a porta do apartamento para duas meninas morar comigo. Sabia que a vida mudaria a partir dali, talvez não fosse fácil, afinal eu nunca tinha morado em uma "
república" - entre aspas, porque era minha casa. Não me renderia tão fácil ao nome "república".

Ø
Aventurar, resolvi me aventurar. Aquela ânsia de correr, de andar no meio do mato, de andar de bicicleta, de acampar, de viajar, tinha voltado. Vamos? Vamos! Vale até programa de índio.

Ø Mas e se eu mudasse de país? Será que eu não me colocaria em pé mais rapidamente? Vou tentar, lá fui eu no mesmo dia pesquisar.
Londres foi a escolhida, vou para Londres. Também sabia que muitas mudanças viriam, trancar a faculdade, sair do trabalho e seguir viagem.

Ø
Parar de pensar naquilo que me consumia, parar de pensar naquilo que só dava vazão para tristeza. Não foi fácil, estava acostumada à alguns pensamentos. Sabia que viria muita dor, mas precisava me esforçar, canalizar energia para não pensar mais nas mesmas coisas. Precisava fazer a travessia.

Ø
Fazer coisas que me façam bem, mas o que? Vale qualquer coisa, para os que pensam longe demais, dentro daquilo que me mantém inteira e saudável (físico e mentalmente).

Ø
Limpeza, era preciso começar a limpar a sujeira que ficou. Foi quando aprendi que têm coisas que devem deixar de existir, vai para o lixo mesmo. Mas e? Não, não tínhamos conversado que não se pensaria mais naquilo que te faz mal? Limpar custará muita energia e é preciso canalizar energia para construir um novo caminho. Muita coisa foi para o lixo. Inclusive parte de mim, que me fez sentir raiva, tristeza e, posterior, aceitação. Aceito que as pessoas fazem escolhas e que posso estar fora delas. Eu também faço as minhas escolhas e, agora, tenho outras prioridades.

Cheguei em Londres, meses depois daquele dia de decisões importantes. Deixei para trás pessoas, papéis, móveis, fotografias, deixei para trás um passado. Comecei a construir um novo caminho. Com outras perspectivas, com outros objetivos, lá estou eu no centro de tudo. Volto para o Brasil depois de 6 meses morando fora. Tem muita gente que não vai entender nada, voltar antes do tempo, antes do programado. Mas o que estava programado mesmo? Existia uma lista de "things to do", hoje existe outra lista de "to do", muito maior, com muita coisa para viver. Mas acontece que eu quero viver no Brasil, porque eu estou no centro, mas algumas pessoas estão no centro comigo.








2 comentários:

  1. BRASIIIIIIIIIIIILLLLLLLLLLLLLL!!!! Estamos te esperando aqui, sempre!!!! Bjiiiiiiiinhos!!!

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  2. Lindo...
    Muito Lindo Lhá!!!!

    E eu ainda tenho até julho no mundo europeu...rs
    Será que aguento?

    Vamos conhecer a Itália?
    Beijão

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